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Outubro Rosa: o papel da família e da ida ao médico

  • Janaina Ferreira - Folha da Região Araçatuba
  • 8 de out. de 2017
  • 4 min de leitura

Outubro é o mês de conscientização para uma doença que acomete mulheres em todo o mundo, o câncer de mama.


De acordo com o Inca (Instituto Nacional de Câncer), trata-se da maior causa de morte no Brasil. Os números chegam a assustar: em 2017, a estimativa é de que pelo menos 57 mil mulheres desenvolvam a doença. Não é à toa que este mês passou a ser batizado como “outubro rosa”, numa forma de orientar as mulheres, em geral, para o problema.

Imagem Internet

Nesta entrevista, a ginecologista Clícia Quadros dá algumas dicas de prevenção. Ela tem graduação pela Fameca (Faculdade de Medicina de Catanduva), onde também fez residência em obstetrícia e pós-graduação. Recebeu ainda título de especialista em ginecologia e obstetrícia e o certificado de atuação em ultrassonografia em ginecologia e obstetrícia.


O que é o câncer de mama?

O câncer de mama é uma doença causada pela multiplicação de células anormais da mama, que formam um tumor benigno ou maligno. A doença acontece quase exclusivamente em mulheres, mas existem alguns casos em homens. Para uma célula ser considerada cancerígena é necessário que ocorram mutações no material genético de uma ou mais células e estas adquiram a capacidade não só de se dividir, mas também de evitar a morte celular desta célula que está com o material genético alterado.


Quais são os principais sintomas da doença?

Os sintomas do câncer de mama, em fase inicial, são nódulo (caroço) fixo e geralmente indolor; pele da mama avermelhada, retraída ou parecida com uma casca de laranja; alterações nos mamilos; pequenos nódulos nas axilas ou no pescoço e saída de um líquido anormal das mamas.


Em que momento a procura de um especialista é recomendada?

É importante frisar a necessidade do autoexame e da mamografia. É fundamental a mulher conhecer bem o próprio corpo e reconhecer alterações. Ao fazer o autoexame todo mês, fica mais fácil perceber se existe alguma alteração.


Sem dúvida, é nesse momento que o médico deve ser procurado.

Além de estarem atentas ao próprio corpo, é recomendado que as mulheres façam exames de rotina.


Quais as formas de diagnóstico?

O autoexame e a mamografia. O autoexame, num primeiro momento, é a forma mais rápida de diagnosticar alguma mudança nas mamas. Ele deve ser feito mensalmente.


As mulheres podem fazer esse autoexame deitadas, no chuveiro ou em frente ao espelho, apalpando as mamas e apertando os mamilos. Se, durante o autoexame, não for notado nada de diferente, principalmente após os 40 anos, é necessário que a mulher faça a mamografia anualmente. Quase 90% dos tumores, quando descobertos no estágio inicial, podem ser urados. A mamografia é uma radiografia das mamas, realizada por um equipamento de raios X chamado mamógrafo, capaz de visualizar alterações suspeitas.


Como funciona o tratamento?

É importante dizer que, hoje em dia, o tratamento do câncer de mama é muito individualizado, portanto, cada caso é estudado particularmente para definir o tratamento específico.


Mas, de uma forma geral, podese dizer que os tratamentos são feitos por quimioterapia, radioterapia e cirurgia. Tudo depende também do estágio da doença.


A alimentação influencia no processo de tratamento?

A alimentação é importante em qualquer ciclo da vida, mas, no caso de pacientes com câncer, ela deve ser ainda mais valorizada, já que o tumor e o tratamento fazem com que o metabolismo do paciente gaste mais energia e, ao mesmo tempo, perca o apetite, o que pode provocar até uma desnutrição. Além disso, o tratamento pode provocar efeitos colaterais como náuseas, diarreia, falta de salivação, alteração no paladar e dificuldade de mastigar e digerir os alimentos. Por isso, uma alimentação balanceada, rica em vitaminas e nutrientes e, se possível, livre de agrotóxicos (optando por produtos orgânicos) é a mais indicada para pacientes nessa situação.


Para que o leitor entenda melhor ainda a importância da alimentação, segundo o Inca (Instituto Nacional do Câncer), a cada 100 casos de mulheres com câncer, 33 poderiam ter sido evitados se a mulher tivesse uma alimentação adequada e hábitos saudáveis.


Qual é a faixa etária das mulheres que sofre com o câncer de mama?

A principal faixa etária da mulher, vítima de câncer de mama, é dos 40 aos 60 anos. Porém, a doença vem sendo observada em todas as faixas etárias a partir da vida reprodutiva.


Há fatores de risco que podem contribuir com essa doença?

Sim. O câncer de mama não tem uma causa única. Muitos fatores estão relacionados ao aumento do risco de desenvolver a doença, como idade, fatores endócrinos, comportamentais e fatores genéticos. Além disso, pessoas que não possuem alimentação e hábitos saudáveis também aumentam a chance de desenvolver o câncer.


Qual a importância do apoio da família no processo de tratamento?

A família e os amigos mais próximos são essenciais para a recuperação do paciente com câncer. É uma fase em que a mulher se sente muito sensível e debilitada. Além disso, pode passar pela situação de queda dos cabelos e retirada das mamas, o que pode afetar a auto estima. Por isso, a família e os amigos são a única base forte em que ela pode se apoiar. Se todos se unirem e se apoiarem, será mais fácil passar pelo câncer e suas implicações. Grupos de apoio também ajudam muito, já que todos compartilham os mesmos problemas.


CLÍCIA QUADROS “Família e os amigos mais próximos são essenciais para a recuperação do paciente com câncer”

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