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Mulher, cuidar da sua sexualidade é questão de saúde!

  • Foto do escritor: Dra.Clicia Quadros
    Dra.Clicia Quadros
  • 7 de abr de 2022
  • 3 min de leitura

Jornal: Diário da Região de São José do Rio Preto


A rotina é conhecida de muitas mulheres: com a chegada da puberdade, inicia-se o ritual da visita ao médico ginecologista. Em alguns casos, pouca conversa e exames um pouco chatos, mas importantes para a saúde e o bem-estar sexual, passam a ser considerados parte da rotina de atendimentos médicos.

Assim, a maioria das meninas começa a se consultar com o ginecologista apenas com o objetivo de exames ou para pedir um anticoncepcional, mas não para se informar sobre sua sexualidade. Aí está um problema!!


No entanto, um novo movimento da ginecologia tem questionado esse padrão que coloca unicamente os exames como parte essencial das consultas. Atualmente, é necessário pensar e conversar sobre a sexualidade feminina! Afinal, cuidar da sexualidade é uma questão de saúde.


Antes de mais nada, é preciso compreender o significado de sexualidade, que não pode ser reduzida apenas à relação sexual. A sexualidade é como um tipo de energia que impulsiona a pessoa para o contato consigo mesma e com o mundo que a envolve, sendo um aspecto central da personalidade humana. O seu desenvolvimento está fortemente ligado ao bem-estar do indivíduo.


Infelizmente, por razões culturais, há casos que qualquer forma e jeito de prazer são totalmente reprimidos, principalmente para as mulheres. É possível notar que, ao longo da história, as mulheres eram forçadas a se relacionar com pessoas que não queriam por terem a função de gerar filhos, apenas isso. Além disso, quando se fala na sexualidade na terceira idade, o tabu parece ser ainda maior, pois estereótipos de uma velhice assexuada – como a vovó cuidando dos netinhos – permanecem no imaginário social.


Mesmo no período pós-menopausa, a mulher pode e deve vivenciar sua sexualidade sem qualquer amarra ou medo. Mesmo sem a menstruação, a mulher deve continuar suas consultas com o ginecologista! É possível aproveitar esse momento para proporcionar um espaço de escuta e sem julgamentos para orientações da vivência da sexualidade na terceira idade e desmistificar o tema. Assim, é possível oferecer autonomia, informações seguras e liberdade para as idosas.


É exatamente por isso que a consulta ginecológica precisa ser, para todas as mulheres, um lugar para derrubar muitos tabus e criar o espírito de empoderamento feminino.


A mulher moderna busca a independência em todos os níveis, inclusive sexual. Cada vez mais, a mulher precisa entrar no jogo sexual consciente da busca pelo prazer, pelo seu próprio prazer. Para isso, no entanto, a mulher precisa se autoconhecer, ter consciência do seu corpo e da sua intimidade. A partir de então, ela consegue identificar quais práticas lhe agradam ou desagradam e o porquê. Afinal, uma mulher empoderada e autoconfiante não aceita violências e imposições sociais baseadas em crenças negativas e nocivas. É na consulta ginecológica que a mulher pode aprender mais sobre seu corpo de forma segura, sigilosa e saudável.


A partir daí, por exemplo, a mulher pode aprender a não ter nojo da própria vagina, de suas secreções e do que lhe dá prazer. Afinal, o corpo fala, mas para escutá-lo é necessário conhecê-lo. Não tem jeito: só cuida de si quem se conhece – convenhamos que autoconhecimento é tudo.


Estimular o corpo, se relacionar com mundo e ter autonomia para sentir prazer é fundamental e possui uma série de benefícios. Ao cuidar do seu corpo – não somente da sua aparência, mas do seu corpo enquanto organismo vivo – você estimula a produção de hormônios naturais associados à satisfação, ao pertencimento, a felicidade e ao prazer.


Mulher, lembre-se, cuidar da sua sexualidade também significa criar registros e memórias de prazer. Isso vai literalmente lhe trazer mais saúde, bem-estar e qualidade de vida. Cuide-se e ame-se!

 
 
 

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